"O problema está no ponto de
entrada da água. Basta subir aos 3,7 metros e atinge as ribeiras de Quarteira,
de Almargem e de Carcavai. A marina de Vilamoura não escapa aos impactos. No
longo prazo, a zona do porto de pesca de Quarteira apresenta também forte
probabilidade de inundação.
Se nada for feito, a água vai
entrar parcialmente, em Quarteira. É o que mostram o mapa de vulnerabilidade
preparados pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa para o projecto
Change.
O estudo mais recente sobre
algumas das mais frágeis zonas costeiras portuguesas é apresentado esta
quarta-feira.
Os modelos científicos foram
construídos com base na previsão de subida de pelo menos um metro do nível
médio do mar, remetendo para os dados do relatório de 2007 do Painel
Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC), que entretanto
produziu um recente relatório que agrava essas projecções. Os cenários foram
trabalhados para um estudo multidisciplinar sobre as dimensões sociais sobre o
que chamam de “crise costeira”.
O projecto Change, coordenado por
Luísa Schmidt, do Instituto de Ciências Sociais da UL, aliou a ciência
climática à sociologia para uma análise integrada dos problemas de natureza
ambiental e social da linha de costa na Barra-Vagueira, Costa de Caparica-
Fonte da Telha e Quarteira-Vale do Lobo.
Projecções para 2100
Em Quarteira, o problema está no
ponto de entrada da água. Basta subir aos 3,7 metros e atinge as ribeiras de
Quarteira, de Almargem e de Carcavai. A marina de Vilamoura não escapa aos
impactos. No longo prazo, a zona do porto de pesca de Quarteira apresenta
também forte probabilidade de inundação. No total, estima-se que a área alagada
possa chegar aos 3,55 quilómetros quadrados, com especial significado a partir
de 2080.
Ressalvas técnicas
Os investigadores do Change
sublinham que os mapas de vulnerabilidade “não são condicionados pelo uso que
se faz dos territórios costeiros, nomeadamente pela ocupação humana e pela
existência de edificações. Negligencia-se, portanto, o património construído, à
excepção das obras portuárias e de defesa costeira. Admite-se também que a
morfologia do terreno não se alterará ao longo do século. Assume-se ainda que
as características geomorfológicas da face de praia se prolongam ao longo de
toda a vertente frontal à linha de costa”.
Fonte:RR
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A História associada a esta zona do litoral algarvio, tem nos mostrado a existência de uma grande susceptibilidade a nível da erosão costeira e da subida do nível do mar. O fenómeno foi constatado sucessivamente desde dos meados do século passado. Já na altura se falava em números do avanço do mar sobre a terra, de cerca de 130 metros.
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