segunda-feira, 28 de abril de 2014

MAR PODE INUNDAR PARCIALMENTE ZONAS URBANAS DE QUARTEIRA E MARINA DE VILAMOURA

"O problema está no ponto de entrada da água. Basta subir aos 3,7 metros e atinge as ribeiras de Quarteira, de Almargem e de Carcavai. A marina de Vilamoura não escapa aos impactos. No longo prazo, a zona do porto de pesca de Quarteira apresenta também forte probabilidade de inundação.
Se nada for feito, a água vai entrar parcialmente, em Quarteira. É o que mostram o mapa de vulnerabilidade preparados pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa para o projecto Change.

O estudo mais recente sobre algumas das mais frágeis zonas costeiras portuguesas é apresentado esta quarta-feira.
Os modelos científicos foram construídos com base na previsão de subida de pelo menos um metro do nível médio do mar, remetendo para os dados do relatório de 2007 do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC), que entretanto produziu um recente relatório que agrava essas projecções. Os cenários foram trabalhados para um estudo multidisciplinar sobre as dimensões sociais sobre o que chamam de “crise costeira”.
O projecto Change, coordenado por Luísa Schmidt, do Instituto de Ciências Sociais da UL, aliou a ciência climática à sociologia para uma análise integrada dos problemas de natureza ambiental e social da linha de costa na Barra-Vagueira, Costa de Caparica- Fonte da Telha e Quarteira-Vale do Lobo.
Projecções para 2100

Em Quarteira, o problema está no ponto de entrada da água. Basta subir aos 3,7 metros e atinge as ribeiras de Quarteira, de Almargem e de Carcavai. A marina de Vilamoura não escapa aos impactos. No longo prazo, a zona do porto de pesca de Quarteira apresenta também forte probabilidade de inundação. No total, estima-se que a área alagada possa chegar aos 3,55 quilómetros quadrados, com especial significado a partir de 2080.

Ressalvas técnicas
Os investigadores do Change sublinham que os mapas de vulnerabilidade “não são condicionados pelo uso que se faz dos territórios costeiros, nomeadamente pela ocupação humana e pela existência de edificações. Negligencia-se, portanto, o património construído, à excepção das obras portuárias e de defesa costeira. Admite-se também que a morfologia do terreno não se alterará ao longo do século. Assume-se ainda que as características geomorfológicas da face de praia se prolongam ao longo de toda a vertente frontal à linha de costa”.

Fonte:RR
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A História associada a esta zona do litoral algarvio, tem nos mostrado a existência de uma grande susceptibilidade a nível da erosão costeira e da subida do nível do mar. O fenómeno foi constatado sucessivamente desde dos meados do século passado. Já na altura se falava em números do avanço do mar sobre a terra, de cerca de 130 metros. 


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